Guilherme Filipe, "Mulher da Nazaré"




















Guilherme Filipe
Mulher da Nazaré, 1940
Woman of Nazaré
Óleo sobre tela | Oil on canvas
MDJM inv. 142 Pint.


Guilherme Filipe (1897, Pampilhosa da Serra – 1971) foi considerado por Tomás Ribas o “pintor das paisagens e gentes da Nazaré”.

Desde novo, manifestou a sua vocação para a pintura. Aluno da Escola de Belas-Artes de Lisboa, frequenta também cursos livres na Sociedade Nacional de Belas-Artes e os ateliers de Malhoa e Conceição Silva.
Após uma permanência de seis anos em Madrid, onde participa em várias exposições e tertúlias com personalidades importantes na área da cultura, regressa a Portugal e instala-se em Coimbra. O poeta Eugénio de Castro proporciona-lhe um atelier na Faculdade de Letras e, em 1923, realiza a primeira exposição individual, mudando-se mais tarde para Lisboa.

A sua relação com a Nazaré intensifica-se em meados dos anos 1930, aqui colhendo os motivos das suas pinturas relacionadas com a labuta diária desta vila piscatória. Relaciona-se com outros artistas e intelectuais que frequentavam a Nazaré, integrando a comissão organizadora da primeira Festa do Mar (Setembro 1939), na qual colaboraram Afonso Lopes Vieira, Joaquim Manso, Hipólito Raposo e Almada Negreiros.

Sonhando com “uma galeria de arte, onde pintores vindos de fora, de toda a parte, encontrariam abrigo e um local amplo e adequado às exposições das suas obras” (Borges Garcia, O Museu da Nazaré, 1976), Guilherme Filipe foi um elemento ativo na organização de um Museu da Nazaré, integrando o seu primeiro “Grupo de Amigos” (1969).

São várias as obras deste autor que integram a coleção do Museu Dr. Joaquim Manso: dois retratos do seu patrono, de quem também foi amigo, e outras relacionadas com a “Vida da Nazaré”.

É exemplo este óleo “Mulher da Nazaré” (1940), representando Maria Santana Vigia Chiquito (c.1923-c.1951), filha de Ana Vigia e José Chiquito, uma jovem costureira nazarena por quem o pintor se apaixonou e teve uma relação durante sete anos, enquanto vivia entre a Nazaré e Lisboa. 
Após o término do relacionamento, Maria Santana acaba por casar com Jacinto Mafra, com quem tem um filho nascido em 1949 – António Manuel Vigia Mafra. Vítima de doença, Maria Santana morre muito jovem, com cerca de c. 27 anos.

Mais informação sobre o autor em MatrizNet (clique)

(informação sobre a retratada fornecida por António Manuel Vigia Mafra, outubro 2013).


Guilherme Filipe (1897 Pampilhosa da Serra - 1971) was considered the “artist of the landscape and people of Nazaré" by Tomás Ribas.

From an early age, he showed a natural gift for painting. He attended the School of Fine Arts of Lisbon, some free courses at the National Society of Fine Arts and the studios of Malhoa and Conceição Silva painters. 
After a six-year stay in Madrid, where he participated in various exhibitions and salons with famous people of culture, he returned to Portugal and settled in Coimbra.  In this city, the poet Eugénio de Castro gave him a studio at the Faculty of Letters and, in 1923, he held his first solo exhibition, moving later to Lisbon.

His connection to Nazaré intensified in the mid-1930s, acquiring here his painting motifs related to the daily labor of this fishing village. He linked to other artists and intellectuals who came to Nazaré, joining the organizing committee of the First Sea Festival in September 1939, in which collaborated Afonso Lopes Vieira, Joaquim Manso, Hipólito Raposo and Almada Negreiros.

Dreaming of "an art gallery, where artists coming from everywhere, would find a shelter and a large and appropriate place for the exhibition of their works" (Borges Garcia, "O Museu da Nazaré", 1976), Guilherme Filipe was an active element in the organization of the Museum of Nazaré, incorporating his first "Group of Friends" (1969).

Several works of this author integrate the collection of the Museum Dr. Joaquim Manso: two portraits of Dr. Joaquim Manso, who was his friend, and other paintings related to the “daily life of Nazaré ", which is the example of the exhibited oil "Woman of Nazaré" (1940), representing the young dressmaker Maria Santana Vigia Chiquito (c.1923-c.1951), to whom he fell in love and had a seven-year relationship.