Toneira











Toneira, século XX
Chumbo
Oferta de António Figueira Sales
MDJM inv. 611 Etn


A toneira é um artefacto de pesca, localmente conhecido por “gigue”, e destina-se à pesca da lula. Faz parte dos chamados “aparelhos menores”, utilizados sobretudo numa economia de subsistência.
É feita em chumbo, com um comprimento variável entre os 3 e 9 cm. De forma cónica, na extremidade inferior apresenta alfinetes fixados por linha fina ou tiras de trapo, dispostos radialmente e com os bicos virados para cima. Na outra extremidade, ligeiramente achatada, há um orifício onde se prende a linha (actualmente uma bobine de nylon), que é manipulada pela mão do pescador, o que justifica a designação popular de “pesca ao dedo”.
Este processo de pesca integra-se nas chamadas “amostras”, em que se não utiliza isco ou engodo: a atracção do pescado faz-se através da cor, movimento e brilho que emanam da forma e  matéria-prima utilizada nestes aparelhos. 
As toneiras eram feitas pelos pescadores com moldes próprios. Actualmente, as “amostras” são adquiridas em lojas da especialidade, apresentam formas variadas, incluindo peixes de cores garridas, muitas vezes enfeitadas com acessórios que completam a estrutura, tornando-a mais atraente para o pescado.  
A “pesca ao dedo” realizava-se na enseada da Nazaré, durante o tempo quente – Primavera e Verão. Praticava-se quer  durante um lanço de pesca ao candil, enquanto se aguardava que as redes fossem aladas (o produto resultante revertia a favor do próprio pescador) ou, de forma propositada, a bordo de pequenas embarcações, através de um movimento de vaivém, de um “zagaiar” ou “zigzaguear”, que o pescador imprime à linha a fim de capturar as lulas.
Embora de significado individual, ainda hoje se pratica este tipo de pesca, utilizando-se, no entanto, meios mais modernos.