Maria Lucília Moita (1928 -)
Praia do Norte, 1985
Óleo sobre platex
MDJM inv. 100 Pint.
Praia do Norte, 1985
Óleo sobre platex
MDJM inv. 100 Pint.
O mar sempre motivou artistas e escritores. Uns remeteram-no para um plano de enquadramento ou cenário de composições variadas. Outros elevaram-no a tema principal das suas obras, numa análise mais ou menos intimista ou numa plena exploração das suas cores, luz e movimentos.
Maria Lucília Moita nasceu em Alcanena, mas reside desde 1954 em Abrantes. Aprendeu a pintar com o Mestre João Reis (1899-1982) e observando a colecção naturalista da casa do seu primo, o coleccionador Dr. Anastácio Gonçalves. No entanto, cedo ultrapassou o registo naturalista para enveredar por um percurso que culminaria nos anos 1980 numa capacidade expressiva mais pessoal, longe das referências iniciais.
O mar surge amiúde nas suas obras, em composições abstractas de tons claros, obtidas pelo uso de raspagem e sobreposição de tintas espessas.
O mar surge amiúde nas suas obras, em composições abstractas de tons claros, obtidas pelo uso de raspagem e sobreposição de tintas espessas.
“Praia do Norte” insere-se nesta tendência da autora, evocando a relação entre o movimento incessante das ondas do mar e o areal da Praia do Norte, extensa praia a Norte do Promontório da Nazaré.
Sendo a Praia da Nazaré frequentemente representada, sobretudo pelos seus aspectos etnográficos e piscatórios, a Praia do Norte não logrou o mesmo poder atractivo da classe artística, pelo que esta pintura ganha ainda maior significado para o património museológico.
Foi oferecida por Lucília Moita ao Museu Dr. Joaquim Manso nos primeiros anos da sua abertura, valorizando uma colecção de arte que testemunha a relação do homem com o mar – fonte de vida, de trabalho e de inspiração criadora.