Sueste

Sueste
Oleado
Oferta de Isaura Milhazes
MDJM inv. 253 Etn.





Chapéu usado pelos bacalhoeiros nas longas campanhas que decorriam entre Março e Outubro. Era feito de pano-cru embebido em óleo de linhaça, o que lhe conferia alguma impermeabilização.

Para a nova campanha, o areal da praia da Nazaré “vestia-se” de roupa dos bacalhoeiros que aí era preparada pelos próprios pescadores. As peças de vestuário, confeccionadas em pano-cru por costureiras, eram embebidas em óleo de linhaça com uma trincha. Depois, ficavam penduradas, ao sol, em estruturas formadas por recoveiras e varolas fixadas na própria areia.
Os bacalhoeiros do Sítio ocupavam um espaço denominado “os eucaliptos da D. Riquêta” (Henriqueta), actualmente “Rua da Serração”.
O mesmo processo era usado nas velas dos dóris, confeccionadas pelos próprios pescadores. O longo tempo necessário à secagem deste vestuário deu origem à expressão típica desta localidade “Seca fatos de oleado”, que se utiliza quando se quer indicar que determinada pessoa é muito “maçadora.”

No fim da campanha, em Outubro, a vila da Nazaré enchia-se de alegria com o regresso dos seus familiares e organizavam-se festas e celebrações que lhe eram dedicadas: procissões, bailes (5 de Outubro), touradas, …

Nos tempos mais recentes, os fatos de oleado passaram a ser confeccionados com tecido sintético, abandonando a técnica tradicional e a utilização do óleo de linhaça.