Nossa Senhora da Conceição





















Nossa Senhora da Conceição
barro policromado
fins do séc. XVII – 1º quartel séc. XVIII
alt. 28,5 cm
Doação de Noémia Garcia Calixto, 1988
MDJM Inv. 38 Esc.


No mês em que se celebra a Natividade, o Museu da Nazaré evoca a quadra natalícia através de uma imagem de Nossa Senhora da Conceição, também assim assinalando a Festa da Imaculada Conceição (8 de dezembro).

Em barro policromado, trata-se de uma representação tradicional dentro da iconografia mariana desta invocação, representando a Virgem coroada, de mãos postas em oração à altura do peito, envolta por manto esvoaçante ao gosto barroco. Apresenta-se sobre a Lua em quarto crescente e o Globo, envolto por serpente, onde se distribuem três querubins alados.

As representações da Imaculada Conceição traduzem a visão de Maria como a “nova Eva” que esmaga a serpente, símbolo da tentação e do pecado original. Maria desce do Céu sobre a Terra para resgatar o pecado de Eva. Como Regina Coeli (Rainha do Céu) e Virgem Imaculada, apresenta-se coroada, de cabelo solto, com pés assentes sobre o crescente lunar, símbolo tomado do Apocalipse de São João: “Depois apareceu no céu um grande sinal: uma mulher vestida de Sol, tendo a Lua debaixo de seus pés e uma coroa de doze estrelas sobre a cabeça” (Apocalipse. 12,1).

Embora fosse uma tradição muito seguida desde há vários séculos, só a 8 de dezembro de 1854 o papa Pio IX declarou solenemente o dogma da Imaculada Conceição, dogma católico da conceção da Virgem Maria sem “mancha” do pecado original.

Em Portugal, a veneração à Imaculada Conceição conhece grande incremento no século XVII, quando o rei D. João IV proclama Nossa Senhora da Conceição como Padroeira do restaurado Reino de Portugal e a consagra como Rainha (1646). Desde então, nenhum rei português voltou a ostentar a coroa nas suas representações. Generalizaram-se por todo o país as imagens desta invocação, contribuindo para a consolidação de uma devoção que, apesar do seu carácter oficial, encontrou grande eco no espírito popular.

Esta imagem foi doada ao Museu Dr. Joaquim Manso por Noémia Tito Calixto, em 1988, sendo proveniente da Confraria de Nossa Senhora do Rosário, da Igreja de Nossa Senhora das Areias, na Pederneira

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