Fotografia: José Pessoa, 2000 |
Agulha de fazer rede
madeira, 44,5x5 cm
Doado por Emílio Vasco
Museu Dr. Joaquim Manso inv. 1118 Etn.
Instrumento de madeira que termina em forma aguçada, utilizado na confeção da rede de arte xávega. Apresenta recorte interior vazado onde sobressai uma haste pontiaguda, a que os pescadores chamam "língua". A outra parte termina numa reentrância em forma de U, vulgarmente designada por "cu". Tem inscrita a sigla “FCV”, correspondente ao nome do pescador que era seu proprietário (Francisco Codinha Vagos).
Originalmente, as agulhas eram feitas em madeira (castanho, medronho, pinho), pelos próprios pescadores, com recurso a uma navalha; o seu tamanho variava consoante a dimensão da “malha”. Mas, na Nazaré, também se fabricavam agulhas de madeira, tendo sido o último fabricante o taberneiro Júlio Caetano Ramos.
A confeção das redes, em algodão, passava de geração em geração, na maioria das vezes, pelos próprios pescadores. Os “redeiros” consideravam mais difícil remendar a rede, particularmente colocar um espelho, do que tecê-la.
O carácter artesanal do fazer a rede deu progressivamente lugar ao fabrico em série; atualmente, os pescadores continuam a remendar as suas redes, no porto de abrigo, mas com agulhas de plástico ou metal.
Conheça esta e outras agulhas da coleção do Museu Dr. Joaquim Manso AQUI.
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